terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Biblioteca do Real Gabinete Português entre as mais belas do mundo

A Biblioteca do Real Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro, no Brasil, foi considerada uma das mais bonitas em todo o mundo. A maior e a mais valiosa biblioteca de obras de autores portugueses fora de Portugal consta de uma publicação internacional que reúne cerca de 20 das mais belas bibliotecas do planeta."Todas as bibliotecas do mundo, sejam pequenas ou grandes, públicas ou privadas, têm um objectivo em comum: preservar, proteger e permitir às pessoas travarem conhecimento com as maravilhas do conhecimento humano", sublinha a nota de informação da editora, acerca do livro.
Guillaume de Laubier foi incumbido da tarefa de visitar e fotografar mais de 20 bibliotecas de 12 países, que, além do acervo bibliográfico que possuem, são verdadeiros tesouros arquitectónicos. A biblioteca em estilo barroco do Instituto de França, em Paris, a Biblioteca do Vaticano, em Roma, ou a imponente biblioteca do Mosteiro El Escorial, em Espanha, são alguns dos edifícios retratados na obra.
Ao lado destes, aparece a Biblioteca do Real Gabinete Português de Leitura, aberta há mais de século e meio, e que possui a maior e a mais valiosa relação de obras de autores portugueses fora de Portugal. O seu acervo, inteiramente informatizado, é da ordem de 350 mil volumes. Através do estatuto do «depósito legal», a biblioteca recebe de Portugal, um exemplar das obras publicadas no país.
A biblioteca «nasceu» a 14 de Maio de 1837 (15 anos após a independência do Brasil), pelas mãos de 43 emigrantes portugueses no Rio de Janeiro, que se reuniram na casa de António José Coelho Lousada com o objectivo de "ampliar os conhecimentos de seus sócios e dar oportunidade aos portugueses residentes na então capital do Império de ilustrar o seu espírito". Em 1900 o Gabinete Português de Leitura transformou-se em biblioteca pública, permitindo a toda a população, o acesso aos livros da sua biblioteca.
Entre as obras mais raras está a edição «prínceps» de «Os Lusíadas», de 1572, que pertenceu à Companhia de Jesus, as «Ordenações de Dom Manuel» por Jacob Cromberger, editadas em 1521, os «Capitolos de Cortes e Leys que sobre alguns delles fizeram», editados em 1539, e ainda manuscritos autógrafos do «Amor de Perdição», de Camilo Castelo Branco e o «Dicionário da Língua Tupy», de Gonçalves Dias, além de centenas de cartas de escritores. Algumas das obras raras e manuscritos, podem ser consultados por investigadores e especialistas com autorização especial. A consulta é franqueada aos leitores no salão da biblioteca, mas os sócios do Real Gabinete Português de Leitura podem levar até dois livros, desde que sejam edições posteriores a 1950, como empréstimo a domicílio, durante 15 dias.

Publicado no Jornal “Mundo Português” de 28/02/2008

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