segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Questões

No vasto, e de certa forma ainda precoce mundo das bibliotecas digitais há problemas ou questões relevantes que vão surgindo em diferenciados niveis:

A conservação e a digitalização: Como escolher os documentos a digitalizar, como garantir a cobertura de todas as ideias e de todos os idiomas? Como arquivar os fluxos de informações que circulam na internet em proveito das gerações futuras? Como conservar no âmago dos bens comuns os documentos de domínio público que foram digitalizados?
A pesquisa de documental: Como articular os modelos dos motores de busca e de classificação de modo a evitar que o conhecimento não se transforme apenas um registo da “popularidade” ideia ou concepção? Como desenvolver o multilingüismo e a navegação por conceitos prometidos pela “web semântica” associando todos os internautas do mundo inteiro?
O acesso aos documentos: Como manter os limites e as excepções à propriedade intelectual que permitem às bibliotecas participar na livre circulação dos conhecimentos no universo digital? Como evitar que novos direitos e técnicas de propriedade associados aos documentos digitais não venham reduzir a capacidade de acesso de todos e todas ao conhecimento?


Assinado:Sandra Sousa

2 comentários:

Anónimo disse...

As Colecções e os documentos
Com o crescimento exponencial da informação e as dificuldades de gestão que isto provocou, a ideia da biblioteca em crescimento constante é substituída pela ideia de colecções direccionadas nas necessidades dos seus utilizadores e geridas de forma racional e sustentada.
As bibliotecas públicas portuguesas paralelamente à constituição da colecção documental geral que serve o público alargado que as procura, têm desenvolvido colecções de interesse local que se chama de Fundo Local, esta colecção assume-se muitas vezes como um dos serviços centrais da biblioteca.
A escolha e a constituição de uma colecção passa por três princípios genéricos:
• O interesse do segmento de público que pretendemos atingir;
• O suporte financeiro e económico existente para o projecto;
• Os direitos de autor e propriedade intelectual.
O que se averigua é que, no âmbito das bibliotecas públicas digitais, são essencialmente os recursos informativos já do domínio público que estão a ser transformados em suporte electrónico e a constituir as colecções digitais que podemos consultar livremente pela Internet. Só assim, mesmo em países economicamente desenvolvidos, é possível às bibliotecas públicas assegurar serviços digitais de acesso a conteúdos, totalmente gratuitos.
As colecções digitais de conteúdos recentes, fruto da investigação actual estão a ser constituídas igualmente, mas o seu acesso é condicionado:
• A uma comunidade científica ou académica específica que pagou colectivamente pelo direito de aceder aos conteúdos,
• Ao utilizador individual que, para consultar essa informação, compra o seu acesso a essa biblioteca digital.
Este modelo de biblioteca digital abriu muitas oportunidades em termos tecnológicos e de gestão que podem permitir a constituição de uma memória nacional dividida e mais próxima da verdadeira identidade nacional. As barreiras passam pelos recursos financeiros para criarem e principalmente sustentarem os projectos.

Anónimo disse...

A preservação da informação ainda é hoje um dos calcanhares de Aquiles da biblioteca digital. Calcula-se que as fitas magnéticas, mesmo sob condições ideais de temperatura e humidade, tenham uma vida média de 5 a 10 anos. Os suportes ópticos, também, têm uma vida útil curta. Outro factor que vem agravar o problema da preservação da informação digital diz respeito à obsolescência dos equipamentos e programas informáticos. Á medida que os sistemas de computador vão sendo alterados, os suportes que registam a informação digital devem ser mudados. Na biblioteca digital o conteúdo do documento pode ser alterado, o acervo pode manter todas ou algumas versões do documento, assim, como as respectivas hiperligações que podem ser acrescentadas ou retiradas em cada uma das versões.
Surgem então, questões jurídicas, tais como, a validade legal dos direitos e deveres que deverão ser procedentes de um texto original, consolidado ou aprovado por uma determinada autoridade. Pode-se pensar na forma de colocar uma assinatura digital para dar uma validação ao conteúdo de um determinado texto e consequente reconhecimento do seu criador. Mas ainda não existe uma forma eficaz de atribuir um grau de confiança à informação, que, permita garantir que o texto recebido via Internet num computador pessoal, seja aquela que foi produzida pelo autor.
Outra dificuldade é a falta de depósitos digitais que garantam a disponibilidade e actualização permanente dos seus textos. A falta de listagens com os endereços electrónicos virtuais, criam dificuldades ao encontrar a biblioteca dentro da rede virtual, e, naturalmente a informação.